Mergulho a alma no café
Que me abastece e aquece
Ao mesmo tempo que arrefece
Indícios de qualquer fé.
Já que a truculência diária
Me atinge, é sempre assim
Quem sabe eu possa enfim
Torná-la a minha proprietária.
Não tenho mais amigos por perto
A distância tornou-se paradeiro
E eu que me achava aventureiro
Recriei o meu inferno decerto.
Preocupar-me por quê, se tudo é moderno?
Eu só não posso é aceitar
Que isso venha a postular
Tornar meu sonho ergástulo eterno.
Danton Medrado
2 comentários:
linda imagem, lindo poema, parabéns
Déia
Obrigado.
Cláudio
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